A Seleção Brasileira Masculina de Flag Football divulgou seu planejamento para o biênio 2019-2020 cujo objetivo é se classificar para o Campeonato Mundial, que acontecerá na Coreia do Sul em 2020.
Intitulado “Pilares para o desenvolvimento do Flag Football masculino no Brasil”, o planejamento tem como objetivo traçar o caminho da seleção brasileira até o mundial, baseando-se nestes cinco passos:
- Criação do estilo Brasil
- Desenvolvimento de novos técnicos
- Atrair novos atletas ao Flag Football
- Desenvolvimento de atletas
- Disputa do Mundial da Coreia 2020
A especificação de cada pilar pode ser conferida neste link.
A comissão técnica da Seleção Brasileira também foi anunciada. A Head Coach do América Locomotiva Feminino, Andreia Michaelsen, foi convocada para Analista de Desempenho da equipe.
Conversamos um pouco com a Andreia sobre sua trajetória, desafios e expectativas.
AML: Você é nova no futebol americano, mas tem um histórico como atleta no Tiro com Arco. Conte uma pouco da sua história esportiva e, principalmente, no futebol americano.
Andréia: Minha história começa há um tempo, em 2012, quando iniciei minhas atividades no Tiro com Arco. Em 2013, participei do meu primeiro Campeonato Brasileiro, quando consegui o 3ª lugar nacional na categoria por equipes – recurvo feminino. A partir desse momento vieram algumas premiações mineiras, recorde estadual batido, a primeira medalha internacional no Multi-sites Indoor Championship of the Americas (MICA), quando conquistei o 3ª Lugar por equipes, entre outros.
Já em 2014 comecei a atuar como instrutora pela Federação Mineira de Tiro com Arco, depois Auxiliar Técnica em um projeto da Confederação Brasileira de Tiro com Arco, visando as Olimpíadas de 2016. Participei da implementação do Núcleo de Tiro com Arco da PUC Minas e fui diretoria da Arquearia Belo Horizonte.
Nesta loucura toda, somente em 2017 fui parar no Futebol Americano. A princípio, iniciei como Preparadora Física da equipe Piratas da Serra. Depois de algum tempo, passei a coordenar o Núcleo de Saúde do time e, em 2018, passei a integrar o América Locomotiva.
Foi um ano muito intenso e culminante em minha trajetória. De março de 2018 para cá, a aproximação com o Flag Football, o contato com outras equipes e assumir a parte técnica de uma equipe, aliada aos estudos da própria universidade, nos trouxeram a alegria que foi a elaboração e implementação de um projeto mais consolidado de Flag na equipe. Inicialmente com a equipe feminina adulta 5×5 e hoje coordenando a parte de flag feminino e masculino. Além de atuar junto à base, que agora contará também com uma equipe de 5×5 infantil (12 a 15 anos).
AML: Como surgiu o convite para fazer parte da Comissão técnica?
Andréia: Foi uma surpresa agradável. Tive a oportunidade de ter contato com algumas pessoas da seleção brasileira durante alguns eventos ao longo do ano passado e, em especial, com o Head Coach Danilo Muller.
Vejo muito mais um casamento de ideias de um grupo de pessoas que realmente querem fazer acontecer do que propriamente um convite. Ele já tem uma história muito respeitável junto à seleção feminina. Os resultados dizem por si só. Acho que ele era o empurrão que a seleção masculina precisava para se consolidar.
Tivemos um bom alinhamento de ideias e, ao final de 2018, surgiu o convite. A possibilidade de integrar o grupo e agregar ao máximo o projeto, da forma que estiver ao meu alcance. Só tenho que agradecer por esta oportunidade e fazer o meu melhor!
AML: Você será a Analista de Desempenho, explique qual será seu trabalho na comissão técnica.
Andréia: Uma analista de desempenho é a responsável por decifrar o time, realizar um controle de qualidade nos mais variados aspectos e transformar aquilo que o atleta e o coletivo nos mostram em uma linguagem.
Gosto de falar que é um intérprete do jogo. Serei responsável não só pela análise individual dos atletas, quantificar precisamente, seja através de testes ou scouts em jogos, mas, também, o profissional que compreende a equipe em seus setores e em suas individualidades, diagnosticando as principais tendências e atuando assim, junto com o corpo técnico, nas informações técnico/táticas de um jogo, aliado às tecnologias e nas particularidades que a ciência do esporte podem influir na melhoria da performance da equipe.
AML: Qual a expectativa para o Projeto Coréia-2020 e seus principais desafios?
Andréia: Expectativas sempre altas! Acima de tudo, poder consolidar um grupo e uma identidade para a seleção brasileira é a nossa principal missão. Iniciar uma seleção requer muitos cuidados. Acredito que nosso maior desafio, a princípio, é criar a “cara da equipe”. Estamos falando de um grupo que não terão veteranos ou novatos. Serão todos os nossos “selecionáveis” representando o Flag Football de nossa nação.
Impulsionar o esporte é sempre um desafio, assim como os fatores administrativos e o investimento. Manter uma seleção não é algo barato, mas, estamos todos envolvidos com o projeto. Se o brasileiro que curte o flag, que se envolve com o esporte abraçar esta ideia, tenho certeza que estes desafios serão facilmente superados.
Queremos mostrar mais daquilo que a seleção feminina mostrou um pouco ao mundo. O Brasil é o país do futebol e a bola oval está cada vez mais dando as caras por aqui. Temos equipes masculinas, temos uma qualidade técnica e vamos correr atrás desta consolidação, do projeto como um todo.